A disputa judicial sobre o desastre de Mariana ganha novos contornos. Entenda como as estratégias da BHP podem impactar a Vale e seus acionistas, em um caso que se arrasta na justiça britânica.
ÍNDICE
- O Que Está em Jogo no Processo de Mariana?
- A “Roleta Russa” da BHP e Seus Riscos
- Risco de Falência para a Vale?
- Acordos e Perspectivas Futuras
- A Postura da Vale Diante do Caso
- A Resposta da BHP
- Implicações e Próximos Passos
O Que Está em Jogo no Processo de Mariana?
A batalha judicial em torno do desastre de Mariana atinge um novo patamar. O processo de Mariana, que busca responsabilizar a BHP pelos danos causados, levanta questões cruciais sobre a conduta da mineradora e seus possíveis impactos na Vale. O advogado Tom Goodhead, representando municípios e vítimas, acusa a BHP de adotar uma postura protelatória, comparando-a a um jogo perigoso com os acionistas.
A “Roleta Russa” da BHP e Seus Riscos
Segundo Goodhead, a BHP estaria agindo como se estivesse jogando uma “roleta russa” com seus próprios acionistas. Essa estratégia, de acordo com o advogado, aumenta os riscos e incertezas em torno do processo de Mariana, que já se estende por anos na justiça britânica.
“Eles estão jogando uma roleta russa com seus acionistas quando dizem que essa ação vai se estender até 2028 ou além disso”
Risco de Falência para a Vale?
Embora a Vale não seja ré direta no processo de Mariana, sua parceria com a BHP na Samarco a coloca em uma posição delicada. O advogado Goodhead alerta que, caso a BHP insista em prolongar o processo, a Vale pode enfrentar sérios problemas financeiros, inclusive risco de falência, devido aos juros e correções monetárias acumuladas ao longo do tempo.
Acordos e Perspectivas Futuras
Apesar das tensões no processo de Mariana, existe a expectativa de acordos para mitigar os impactos do desastre. A BHP tem sugerido que qualquer pagamento seja realizado apenas após 2028, o que é fortemente contestado pelo advogado das vítimas. Goodhead pretende solicitar uma antecipação dos pagamentos, que pode variar entre R$ 12 bilhões e 75% da indenização final.
A Postura da Vale Diante do Caso
O advogado Tom Goodhead destacou a postura da Vale como mais pragmática e razoável em comparação com a da BHP. Ele mencionou nominalmente o presidente da Vale, Gustavo Pimenta, e o vice-presidente de Assuntos Corporativos e Institucionais, Alexandre D’Ambrosio, como figuras que buscam “fazer a coisa certa” em relação ao processo de Mariana.
A Resposta da BHP
Em resposta às acusações, a BHP Brasil enviou uma nota ao InfoMoney, afirmando que “como acionistas da Samarco, a BHP Brasil e a Vale sempre atuaram de forma conjunta e comprometida na busca pelas melhores soluções para a compensação e a reparação dos impactos do rompimento da barragem de Fundão”. A empresa também ressaltou o Acordo de Reparação homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em novembro de 2024 como uma solução definitiva e eficiente para os atingidos.
Implicações e Próximos Passos
O processo de Mariana continua a gerar incertezas e tensões entre as partes envolvidas. Enquanto a BHP adota uma postura mais cautelosa e focada em acordos de longo prazo, a Vale busca uma solução mais pragmática para mitigar os impactos financeiros e reputacionais do desastre. O desfecho dessa disputa judicial terá implicações significativas para ambas as empresas, para as vítimas e para o futuro da mineração no Brasil.
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