Mundo aberto: Por que não exploramos?

Mundo aberto te entedia? Descubra por que a exploração virtual se tornou um desafio e como designers tentam nos manter engajados.

Já se sentiu perdido em um vasto mundo aberto, repleto de paisagens deslumbrantes e missões aparentemente infinitas? A verdade é que, muitas vezes, o problema não está no jogo, mas sim na forma como o exploramos. Descubra os desafios que os designers enfrentam para nos manter engajados e como a “fadiga do mundo aberto” pode estar afetando a sua experiência!

ÍNDICE

O Desafio da Exploração em Mundos Abertos

A exploração em jogos de mundo aberto deveria ser uma aventura emocionante, mas, segundo Cameron Williams, ex-designer de Grand Theft Auto 6 e Red Dead Online, muitos jogadores simplesmente não exploram. Essa constatação foi o ponto de partida de um painel revelador na Game Developers Conference.

Williams, agora designer de missões sênior na Absurd Ventures, empresa fundada por Dan Houser, cofundador da Rockstar Games, ressaltou que essa falta de exploração contribui para a “fadiga do mundo aberto”. Jogos com grande investimento de tempo e dificuldade em serem iniciados e interrompidos exacerbam o problema, especialmente com a crescente popularidade de jogos “free-to-play” e “live service”, que competem pela atenção dos jogadores.

A Ansiedade da Exploração e o Excesso de Marcos

Os famosos pontos de interrogação nos mapas, que teoricamente deveriam nos guiar para novas aventuras, podem gerar “ansiedade da exploração“. O jogador se questiona sobre a distância e a recompensa, hesitando em se aventurar.

“Eles estão pensando: ‘Ok, quão longe está a próxima coisa? Eu realmente tenho que correr por todo o mapa? E qual é o meu ganho?'”

Outro desafio é a criação de marcos visíveis. Embora um bom marco possa orientar o jogador e motivá-lo a alcançá-lo, o excesso deles pode levar à “paralisia da análise”. Williams citou um estudo de dois mil sobre compras em supermercados, que revelou que os clientes eram mais propensos a comprar geleia quando havia apenas seis sabores disponíveis, em vez de 24.

O objetivo, segundo Williams, é evitar criar um “espaço de possibilidades” tão vasto que os jogadores simplesmente não saibam o que escolher.

Direcionando o Olhar do Jogador

Até mesmo direcionar o olhar do jogador para um local interessante pode ser complicado. “Qualquer desenvolvedor de FPS sabe disso”, disse Williams, “mas pedir aos seus jogadores para olhar para cima e depois olhar 45 graus para a esquerda é como uma tarefa impossível, certo?”

A Arte de Introduzir Mini-Games

Às vezes, os jogadores precisam ser “manipulados” para participar de certas atividades. Williams usou o exemplo de Red Dead Redemption 2, onde o mini-game de pesca é introduzido ao longo da missão principal, mostrando a melhor versão possível da atividade. Os companheiros reagem às habilidades de pesca do jogador, criando oportunidades para explicar os sistemas de forma natural.

Segundo Williams, isso aprimora o sistema de pesca com contexto e significado, fazendo com que os jogadores se lembrem das boas experiências sempre que tiverem a oportunidade de pescar.

O Arquétipo do Jogador “Beeliner”

Williams também mencionou um tipo de jogador que ele chama de “beeliners”, que geralmente segue apenas o caminho crítico ou a missão principal, sendo difícil atraí-los para a exploração sem colocar o conteúdo diretamente em seu caminho.

“Você sabe de qual jogador estou falando, aquele que tenta ignorar todo o seu conteúdo. Eles pensam: ‘Eu quero ter a menor quantidade de diversão possível'”, brincou Williams, imitando um jogador correndo do ponto A ao ponto B.

Afinal, Quem é o Verdadeiro Problema?

A reflexão final é que, como amantes de jogos de mundo aberto, muitos de nós nos identificamos com os problemas apontados por Williams. A fadiga dos pontos de interrogação, a indecisão diante de um mapa cheio de ícones e a busca incessante pela rota mais rápida são armadilhas comuns. Talvez, no fim das contas, o maior desafio dos designers seja lidar com as nossas próprias tendências como jogadores.

Gostou desta análise sobre os desafios da exploração em jogos de mundo aberto? Compartilhe sua opinião nos comentários! Quais são suas maiores dificuldades ao explorar mundos virtuais? Não deixe de compartilhar este artigo com seus amigos gamers!

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