Café Arábica: Por que o preço não baixa?

Saca de café acima de R$2 mil: entenda por que o preço do arábica não baixa. Clima, câmbio e exportação impactam seu cafezinho!

Prepare sua xícara! O mercado do café arábica está borbulhando e, mesmo com algumas oscilações, a saca de 60 kg continua sendo negociada acima de R$ 2 mil. Entenda o que está acontecendo e o que esperar para o futuro do seu cafezinho.

ÍNDICE

O Cenário Atual do Café Arábica

O mercado do café arábica está aquecido! Mesmo após uma leve queda em relação ao pico de fevereiro, a saca de 60 quilos continua sendo negociada acima dos R$ 2 mil, mantendo-se em patamares historicamente altos. Mas o que explica essa valorização e como ela afeta o bolso do consumidor?

Por Que o Café Está Tão Caro?

Diversos fatores contribuem para o aumento do preço do café arábica. Problemas climáticos globais, que prejudicam a oferta e reduzem os estoques, são os principais vilões dessa história. A quebra na produção do café conilon em países asiáticos também impulsionou a demanda pelo arábica, elevando ainda mais os preços.

Segundo um relatório da FAO, o preço mundial do café subiu 3,8% em 2024, comparado com a média do ano anterior, e a tendência é que os valores se mantenham elevados.

“Sim, o preço do pote de café subiu ao longo dos meses passados justamente em decorrência disso. Os fatores que citamos, ou seja, estoque, produção atual e expectativa de safra futura, foram todos eles, digamos assim, atingidos pela conjuntura de redução de safra. Então isso se traduz num preço maior do produto tanto internamente quanto externamente.”

Impacto na Produção do Café Arábica

A produção de café arábica, principal variedade cultivada em Minas Gerais, sofreu uma redução de mais de 31% em comparação com a safra anterior, de acordo com a CONAB. As mudanças climáticas, com ondas de calor extremo em outubro e novembro de 2023, prejudicaram as primeiras floradas e impactaram a colheita.

Apesar do cenário desafiador, o retorno das chuvas mais regulares a partir da segunda quinzena de dezembro de 2023 ajudou a amenizar os impactos na produção.

A Influência do Câmbio

A desvalorização do real frente ao dólar também exerce um papel importante na formação dos preços. Como o café é uma commodity com preços definidos no mercado internacional, a variação cambial impacta diretamente o valor final para o consumidor brasileiro.

O professor de economia da Unifal, João Marcos Caixeta Franco, explica:

“Nós sofremos uma desvalorização bastante importante do câmbio, a desvalorização do real, e isso para o consumidor brasileiro é negativo porque essa é uma commodity com preços determinados nas praças no mercado internacional. Então isso de fato impacta preços internamente.”

Exportações: Menos Volume, Mais Dinheiro

Em fevereiro, o Brasil exportou menos café do que no ano anterior, mas os valores recebidos foram 50% maiores. De acordo com o Cecafé, o país embarcou cerca de 3,2 milhões de sacas, uma queda de 10,4% em relação a fevereiro do ano passado. No entanto, a receita foi 55,5% maior.

Perspectivas Futuras para o Mercado de Café

A tendência é que os preços do café arábica se mantenham elevados nos próximos meses. A combinação de fatores como problemas climáticos, estoques reduzidos e a desvalorização do real devem continuar influenciando o mercado.

O Sul de Minas, uma das regiões que mais produz café no Brasil, tem sentido os impactos das mudanças no mercado. A expectativa é de que a menor disponibilidade do produto, devido aos efeitos climáticos, dificulte a queda dos preços.

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